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Alimentação e saúde mental: qual a relação?

Será que somos o que comemos? Essa reflexão pode até ser um pouco exagerada, mas, de fato, tudo o que colocamos no nosso prato tem relação direta com a nossa saúde, inclusive a mental, podendo ajudá-la ou apresentar riscos para o desenvolvimento de distúrbios neurológicos e psiquiátricos, dependendo de como forem os nossos hábitos alimentares. 

Não é novidade que os alimentos que consumimos têm função essencial na prevenção de doenças digestivas, endócrinas e cardiovasculares, por exemplo. Porém, cada vez mais, cresce o número de pesquisas que associam a alimentação à saúde mental e mostram que a comida e as emoções também se relacionam.

Alguns nutrientes têm relação direta na prevenção de doenças crônicas e degenerativas, no raciocínio e atenção, no bom funcionamento do sistema nervoso central, na redução de quadros inflamatórios e outros benefícios importantes que contribuem com a nossa saúde mental. Por isso, separamos alguns deles para entendermos como podem contribuir neste quesito da nossa saúde. 

Ômega-3 e ansiedade

EPA, DHA e ALA, que são siglas referentes ao ômega-3, podem atuar contra a tensão mental. Pessoas que consomem este nutriente apresentaram um risco menor de sofrer de ansiedade se comparadas àquelas que consomem menos ômega-3, segundo um estudo feito pela USP (Universidade de São Paulo) que analisou os hábitos alimentares de 12.268 adultos. Acredita-se que isso se deve ao fato desse ácido graxo poli-insaturado desempenhar função anti-inflamatória no nosso organismo, auxiliando na diminuição da citocina, colaborando para o controle de inflamações e melhorando a comunicação entre os neurônios.

Em uma revisão de 19 estudos sobre o ômega-3 e a ansiedade realizada em centros de pesquisa chineses, foi possível compreender que este ácido graxo pode atuar na modulação de processos neurobiológicos essenciais para manter a saúde mental. Por isso, incluir alimentos ricos em ômega-3, como sardinha, salmão, arenque, linhaça, chia e outros, na alimentação é super importante para a saúde mental. 

Vitaminas do complexo B, bem-estar e saúde mental

Esse complexo é formado por oito vitaminas que são muito importantes no controle do estresse, pois oferecem benefícios na criação de neurotransmissores responsáveis pelo nosso humor, como a serotonina, e que podem aliviar sintomas de depressão também. Por isso, oferecer ao nosso organismo alimentos ricos em tiamina (vitamina B1), riboflavina (vitamina B2), niacina (vitamina B3), ácido pantotônico (vitamina B5), piridonxina (vitamina B6), biotina (vitamina B7), folato (vitamina B9) e cobalamina (vitamina B12) é essencial para ajudar no bom funcionamento da nossa saúde mental. 

Essas vitaminas podem ser encontradas em alimentos como espinafre, brócolis, cenoura, beterraba, carne, leite, ovos e peixes. 

Triptofano e a serotonina

O tiptofano é um aminoácido precursor da serotonina, que citamos anteriormente, e que trata-se do hormônio que pode regular e melhorar o sono, o humor e o apetite. Por isso, consumir alimentos que induzem a produção desse nutriente no nosso organismo pode ser essencial para auxiliar e modular a nossa saúde mental. Podemos encontrar o triptofano em alimentos como aveia, leite, banana e chocolate amargo. 

Falta de vitamina D pode aumentar o risco de depressão! 

De acordo com um estudo publicado no Journal of Post-Acute e Long-Term Care Medicine, a falta desse nutriente pode aumentar em até 75% o risco de desenvolver a depressão. A vitamina D desempenha funções importantes no cérebro e no sistema imunológico. Alguns estudos apontam que essa vitamina está relacionada ao transtorno afetivo sazonal, a esquizofrenia e a depressão. Níveis baixos e/ou insuficientes de vitamina D no organismo podem afetar o humor e desencadear doenças mentais. 

Esse nutriente é obtido, em sua maior parte, por meio da exposição solar, pois os raios ultravioletas do tipo B são responsáveis pela síntese dessa substância no nosso corpo. Além disso, podemos encontrar vitamina D em alimentos, como gema do ovo, fígado, óleos de peixe e outros. 

Ficar atento ao que colocamos no prato é cuidar da saúde mental. Porém, é super importante dizer que a alimentação saudável não substitui a importância de um acompanhamento terapêutico profissional. Nosso organismo funciona bem quando cuidamos dele como um todo e a alimentação é uma das bases importantes dessa estrutura. Comece agora a fazer substituições inteligentes na sua dieta e usufrua dos diversos benefícios que esse hábito pode te oferecer.

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1 comentário

  1. […] com nutricionista, psicólogo, psiquiatra e outros. Isso porque é preciso trabalhar a saúde mental e adquirir consciência do que provoca o transtorno e, assim, traçar um tratamento e estratégias […]

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